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The Bear

Como anda a sua vida? Eu não faço ideia… A série O Urso (The Bear), produzida pela FX e disponível na Star+ é uma grata surpresa que aborda os sentimentos e necessidades humanas, e sua inevitável conexão com o trabalho, seja ele um local de fuga, de alívio ou de realização. Dentre as várias camadas que a série apresenta, a dinâmica interpessoal entre os funcionários do pequeno restaurante/lanchonete em Chicago, onde tudo acontece, é o que mais me pegou. Lá, podemos identificar várias personas convivendo naquele microcosmo que, em algum momento das nossas carreiras, já encontramos: a jovem prodígio e adepta ao novo, o chefe autoritário, o líder técnico mas sem tato para gestão, o profissional que resiste às mudanças, o funcionário de longa data que se vê obrigado a se reinventar. E a história não é sobre nenhuma delas, mas sobre todas elas ao mesmo tempo. Principalmente sobre a vida, as angústias e os desafios que cada um enfrenta depois que o uniforme é guardado no armário, demonstrand
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Welcome to Wrexham: uma receita pronta de construção de marca

 Como dois atores de Hollywood deram uma aula de construção de marca em dezessete episódios de 20 minutos cada. E como isso é um exercício genuíno de brand equity Contexto Para quem não sabe, em 2020, os atores Ryan Reynolds e Rob McElhenney compraram o AFC Wrexham. Um time de futebol centenário do País de Gales que viveu tempos áureos na década de 70, mas que até ano passado amargou a quinta divisão do campeonato inglês. A série Welcome to Wrexham, disponível na plataforma Star+, mostra o primeiro ano desse projeto e o desafio de devolver o clube aos patamares mais altos do esporte. Celebridades investindo em marcas, e em especial no esporte não é uma novidade. Dizem que tudo começou com a parceria entre Michael Jordan e a Nike nos anos 80, que resultou na criação da Air Jordan, e que comentei nesse texto . A lógica por trás disso é denominada hoje Media for Equity. A celebridade entrega sua imagem e se coloca como um canal de comunicação em troca de participação na empresa, um negóci

Você deixaria de vender o terceiro maior item do seu portfólio por uma estratégia de branding?

  Foi exatamente isso que a Fiat acabou de fazer. A marca deixou de produzir carros de cor cinza na Itália, a terceira cor mais vendida do país. O anúncio, à primeira vista contraintuitivo, sinaliza um movimento ousado, porém calculado da montadora. Segundo dados da BASF, as cores de veículos leves mais vendidas mundialmente em 2022 foram o branco (39%), o preto (18%), o cinza (16%) e o prata (8%). Esse quadro é parecido nos últimos 20 anos, revelando uma preferência do consumidor por tons neutros. O resultado disso pode ser visto nas ruas. O predomínio dos carros neutros é notável. Vários fatores explicam esse predomínio, que vão desde custo de produção mais barato a facilidade de revenda. Para as montadoras, também tornou-se uma decisão segura, pois novas cores não deixariam de se mostrar uma aposta.  Todo esse cenário já mostra um pouco da ousadia da Fiat. Assim como no resto do mundo, na Itália as três cores mais vendidas são: branco, preto e cinza, respectivamente. O que dá ainda

Um pouco sobre o último final de semana e sobre a construção de ambientes sustentáveis

Para quem já participou de algum Startup Weekend ou de eventos similares, sabe que o principal desafio é construir uma proposta de negócio validada e viável. Esse também foi o meu objetivo na primeira edição em que participei, mas que se desdobrou em outros, ainda mais necessários do que apenas o resultado final. Estou falando da jornada, do caminho até chegar a um destino, e do propósito, a causa que move as pessoas que estão juntas em um desafio. Isso está quase se tornando papo de coach, mas antes que isso aconteça, é importante deixar claro que isso não é uma regra e não se aplica a todos. Além disso, não está relacionado apenas ao trabalho, mas também à vida. É algo muito recente, algo de uma ou duas gerações atrás, em que grande parte da humanidade conseguiu estabilidade financeira para poder criticar e falar sobre qualidade de vida, ter a possibilidade de tomar decisões e fazer escolhas de carreira. É um assunto recente, mas acredito que só tende a evoluir. Voltando ao ponto ini

Um pouco sobre o Web Summit

Somente cinco dias após o fim do Web Summit, parei para tentar resumir o que foram esses dias. A conclusão é que um evento com tanto conteúdo e inúmeras possibilidades de conexões sempre vai mostrar uma face única que só você enxergou. Ainda mais eu que optei por pular os conteúdos mainstream e buscar aqueles mais escondidos ou que trariam insights improváveis. E mesmo que de 10 palestras no Web Summit, 10 falaram sobre Inteligência Artificial e envolto a tanta tecnologia e inovação, o resumo que toda essa experiência me deixou foi o de humanizar relações. Muito porque toda essa correria diária e novidades tecnológicas que mudam realidades do dia para a noite parecem levar para um lugar onde o tudo pode, tudo acontece, tudo é possível… mas pouco se pergunta se as pessoas querem. Quem nunca se sentiu sendo levado pelas tarefas e atividades do dia, ou buscando um objetivo que significa apenas números. O tal do mirar a Lua, independente do que seja necessário para chegar e também pouco im

Comentários: Crescimento do varejo: a grande corrida rumo à obsessão pelo cliente

"Mas a forma como a Nike cresce mudou muito. No passado, a Nike, como muitas startups, crescia ao acaso. Se a Nike pôde se expandir para um novo mercado geográfico porque havia um parceiro atacadista que queria vender ou estocar a Nike, ela o fez. Se a Nike pudesse lançar uma categoria, ela o fez. Isso gerou muito crescimento, mas foi difuso. Do ponto de vista estratégico, era difícil saber onde estavam as prioridades em qualquer ponto e onde investir por trás desse crescimento. Também levou a sistemas de tecnologia descoordenados, cadeias de suprimentos isoladas e investimentos em pessoas e capacidades que provavelmente não tinham o potencial desejado pela Nike. A mudança de que para hoje é uma abordagem muito mais intencional e estratégica." Prioridade e clareza são palavras que acabo usando vez sim, vez também nas minhas conversas que envolvem marketing e construção de marca. Esse recorte abaixo de uma entrevista com Christiana Shi, ex-executiva senior da Nike, refletem um

Líderes generalistas

Tem tanta coisa boa nesse novo artigo da McKinsey sobre marketing moderno que não vai caber em um único post. Mas o que dá para falar em poucas palavras é que, em essência, ele reintegra um novo jeito (que não é tão novo assim), de executar marketing nas empresas. Que é importante salientar, não é o único, mas é o que mais vejo sentido. Em resumo: líderes de marketing tendem a ter um perfil generalista, agregador e que saibam gerir e desenvolver pessoas. Soa óbvio, mas sabemos que a prática se distancia da teoria em muitos casos. Como o próprio artigo, é importante olhar o desenvolvimento da equipe como parte da estratégia da área: "Tornar as capacidades de marketing uma prioridade estratégica de primeira linha. Desenvolver ou fortalecer capacidades não pode ser uma reflexão tardia terceirizada ou um benefício auxiliar do funcionário. Os executivos da empresa e a liderança de marketing desejarão quantificar o valor em jogo e declarar que é um imperativo de receita, não um custo.&q